Mais um dia… era apenas mais um dia. No entanto não um dia igual aos outros…um dia diferente num lugar diferente. Longe da rotina, da sua casa, do seu trabalho e da sua cidade… longe de tudo e de todos, Maria tinha acordado num lugar distante de casa que ainda não tinha tido oportunidade de visualizar porque chegara já a noite ia alta e o cansaço arrebatador.
Maria, então, abriu a janela e retraiu os olhos… um sol exuberante a feriam de olhar adiante para o horizonte. Uma vez habituados à luminosidade, os seus olhos foram capazes de vislumbrar o lugar que Maria tinha escolhido para salvar o seu livro e o seu futuro.
Olhando em frente víamos um grande areal que nos conduzia a um mar imenso, calmo e sereno. Maria olhou ao seu redor mas pouco mais havia para ver. As habitações ficavam distantes umas das outras o que proporcionava uma maior privacidade para as pessoas poderem desfrutar da beleza daquele lugar de uma forma calma e sossegada.
Sem pensar em mais nada, Maria vestiu as primeiras peças de roupa que lhe surgiram e saltou para o areal para poder estar em contacto com aquele paraíso.
O mar, um ser tão imenso, tão gigante, tão interminável que nos dá tanta calma, tanta paz de espírito e nos faz sonhar. Maria sentia-se em paz como há muito tempo não sentia. Aquele mar e aquele céu azul faziam sentir como se estivesse no paraíso. A brisa do vento acariciava Maria no rosto como se de carícias se tratasse, beijos de anjos que dançam com a brisa do vento e nos fazem sentir purificados interiormente, como se voltássemos a nascer para uma nova vida, sem maldade e pensamentos de destruição. Só e tão somente uma grande vontade de viver e de desfrutar o que a vida tem para nos dar e oferecer.
Todo aquele espaço era tão magnífico que Maria nem deu conta do tempo passar. Já o sol evidenciava alguns sinais de sonolência, como se da sua hora de deitar se tratasse, quando Maria decidiu fazer o caminho de regresso a casa. Cada passo de retorno possuía um sentimento diferente, uma cor diferente… Maria começava a desenhar palavras no seu pensamento, não para o seu livro mas para saciar uma vontade de não apagar aquele momento da sua memória, uma vontade de registar tudo o que viu e sentiu naquela tarde tão efémera e tão cheia de vida e emoção.
Para Maria aquele dia tinha sido o primeiro dia de uma longa historia…